
Eu era uma bebé tranquila, chorava pouco, contemplava o mundo que me rodeava com curiosidade e quando balbuciei a primeira palavra era ainda tão pequenina que os meus pais ficaram espantados, o que já não aconteceu com os meus primeiros passos que tardaram em serem dados com segurança e firmeza. A palavra mãe foi das primeiras que aprendi, dava-me muito jeito porque sempre que a mencionava a minha mãe atendia-me sorrindo e perguntando o que queria; outra das palavras iniciais foi zé que repetia constantemente na presença do meu pai, mas que ele teimava em contrariar fazendo com que eu aprendesse a substituir o zé por pai o que para mim não deveria fazer sentido porque ele era o zé da minha mãe e era também o meu zé. E fui aprendendo outras palavras e a dar nome às coisas, mas o meu pai continuava a ser zé, apesar da sua tristeza, comentava amuado com a minha mãe “ela a ti chama-te mãe e a mim chama-me zé”.
Esse teu acervo fotográfico é mesmo uma história sem fim...
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