quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O meu tio e os peixes


Entre as muitas fotografias do saco amarelo que me punham a sonhar, a do meu tio Alberto com os peixes transportava-me para paragens longínquas. O meu pai tinha-me dito que ele tinha ido para África, para a guerra, tinha ido num barco muito grande que demorou várias semanas a lá chegar. Eu até conhecia bem o barco, porque no saco amarelo havia um postal com um belíssimo navio no meio de umas ondas muito azuis que o tio Alberto nos enviou, onde dava conta de que estava bem e com muitas saudades. Em África permaneceu durante muito tempo e de vez em quando mandava-nos fotografias suas em que estava sempre muito feliz, acho que o fazia para atenuar o pavor daqueles que o amavam.

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