domingo, 15 de novembro de 2009

É menina


Ao meu pai restava-lhe esperar no pátio, não sabendo o que fazer para que o tempo corresse, decidiu desmontar as peças da motorizada para as lubrificar não conseguindo montá-las sem que sobrassem porcas e parafusos. A parteira interrompeu a charada e disse-lhe “é menina”. Eu tinha acabado de nascer numa tarde quente de Julho, na casa onde os meus pais viviam, na rua do Zambeze.


A minha mãe quando me viu ficou impressionada com a minha fragilidade, não sabendo o que fazer comigo, colocou-me na cama, ao seu lado, e pediu que lhe servissem uma canja porque estava esfomeada. A família e vizinhos, rapidamente ocorreram a casa para conhecer a bebé que acabava de nascer, e comentavam “Que menina tão bonita!”. A minha mãe sorria e pensava para si, “Bonita! Não é nada bonita, tem muitas peles, parece uma velha.”

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