sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Rapaz de companhia


A minha mãe começou a reparar naquele rapaz que espreitava pelo postigo sempre que passava numa das ruas que fazia a pé quando ia trabalhar, mas decidiu não dar importância, até que o rapaz abandonou o refúgio e passou a estar presente na rua, a mostrar-se, mas a minha mãe continuava o seu caminho fazendo de conta que não o via. O rapaz decidiu dar um passo mais arrojado e passou a cumprimenta-la: - Bom dia menina - sussurrava com voz melosa. A minha mãe ignorava-o. Os dias passavam e o cumprimento matinal mantinha-se até que um dia o rapaz perguntou: - Posso fazer-lhe companhia? - A minha mãe não respondeu e o rapaz passou a segui-la até ao trabalho. Passaram-se dias, semanas e o rapaz continuava a segui-la, assim como a esperá-la à saída do trabalho. A minha mãe já sem saber o que fazer com a insistência do rapaz disse-lhe: - Eu não quero nada consigo por isso deixe de me seguir - e o rapaz respondeu - Não tem mal menina, mas como vamos para o mesmo lado faço-lhe companhia. A minha mãe tentava de todas as formas fugir ao rapaz, mas por mais artimanhas que usasse ele não desistia, tendo continuado a acompanhá-la.

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