sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Óleo de fígado de bacalhau


Tinha que passar todos os anos pelo martírio de engolir a colher do óleo de fígado de bacalhau. A minha mãe preparava-me com antecedência, uns dias antes da toma dizia-me que ia comprar o “remédio” e eu protestava dizendo que não queria, que não precisava, que não gostava, que não aguentava o cheiro, que me dava vómitos, mas nenhum destes argumentos a demoviam do seu objectivo. Ela tentava convencer-me que não custava nada tomar uma pequena colher daquele óleo que tão bem fazia à saúde e eu contestava que não queria saber do que fazia o óleo e que não tomava. A minha mãe olhava para mim com ar de quem ignora completamente qualquer argumento e insistia que só me fazia bem. Até que chegava o dia em que a minha mãe decidia dar-me o “remédio”, dizia-me para apertar o nariz e abrir a boca onde enfiava a colher do óleo de fígado de bacalhau, logo de seguida eu comia uma laranja para tirar o sabor do óleo que dificilmente desaparecia.

2 comentários:

  1. Eu bebi frascos de óleo de fígado de bacalhau, era nojento e sabia mesmo mal!
    Lembro-me uma vez, que íamos ficar uns dias em casa da minha avó, ao entregar o frasco à minha avó, a minha mãe deixou-o cair.
    Eu e o meu irmão ficamos histéricos com a nossa sorte, mas foi sol de pouca dura... a minha mãe tinha outro frasco no saco!

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  2. Segundo frasco?! Não há dúvida que era mesmo para tomar. Enfim... lá fomos resistindo ano após ano.

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