sexta-feira, 3 de julho de 2009

Às escondidas


Os meus pais convenceram-me que as meninas de quatro anos já não usavam chupeta, por isso, no dia do meu quarto aniversário num acto de coragem e valentia arremessei a minha chupeta para o lixo e nunca mais voltei a usar chupeta em casa dos meus pais, mas tinha muitas saudades.


A minha mãe comunicou à Bibi, que era a minha madrinha, o meu feito e avisou-a que todas as chupetas que existissem em sua casa tinham que ir para o lixo e que não podia dar-me nenhuma chupeta mesmo que eu lhe suplicasse. A Bibi concordou, mas ao ver a minha tristeza, chamou-me a um canto e às escondidas sem nada me dizer deu-me uma chupeta. Fiquei tão contente, mas contive-me porque a minha mãe não podia saber do que estava a passar-se. E assim foram passando os meses, sempre que chegava a casa da Bibi ia buscar a chupeta ao lugar secreto que só eu e ela sabíamos e refugiava-me num cantinho por baixo da cama alta, escondida de tudo e de todos, só com a minha chupeta.

3 comentários:

  1. Gosto do título do seu blogue e das memórias que partilha, tantas vezes semelhantes às minhas. E eu acho que são os instantes que enchem as nossas vidas, que lhe dão sentido.

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  2. Obrigada Ana.
    Temos tendência a arquivar os nossos instantes de vida e a não pensar muito neles, sobretudo os do início, aqueles que já estão muito "empoeirados". Neste remexer acho que para além de limpar a poeira, também os estou a colocar em prateleiras mais visíveis e acessíveis.
    Um abraço

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  3. É. E as tuas memórias e arrumações estão a servir para eu arrumar as minhas. Já quanto à chupeta, nunca tive desses problemas. Polegar na boca e tá a andar! Sempre à mão (literalmente), muito fácil de esconder e impossível de perder... :-)

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