terça-feira, 23 de junho de 2009

Carneiro de S. João


No dia de S. João comíamos carneiro, em minha casa era o único dia do ano em que se comia carneiro. A minha mãe comprava o carneiro, que não era um carneiro mas um anho e não comprava o animal inteiro mas uma parte deste, a uns homens que levavam um rebanho para junto dos prédios onde morávamos, aí construíam uma cerca e colocavam os animais para serem apreciados, era também aí que os matavam e esfolavam. Não se podia comprar o anho quando ainda estava quente, isto é, quando se tinha acabado de matar porque pesava mais. A compra do carneiro era precedida de alguns rituais que a minha mãe cumpria anualmente, tais como, rondar o rebanho uns dias antes para ir conhecendo melhor os animais que estavam para venda, apreçar e regatear, até que acabava por seleccionar aquele que queria e fazia a encomenda, nunca esquecendo a recomendação de que não lhe pesassem o animal quente.

2 comentários:

  1. o problema era o cheiro do anho que por mais vinha d'alho (é assim que se escreve isto???) não havia maneira de perder aquele odor (que até hoje não consigo esquecer).

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  2. Nunca mais comi anho, já nem recordo do cheiro, mas tenho bem presente o sabor, e esse, gostava de repetir, mas não posso pedir impossibilidades.

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