segunda-feira, 11 de maio de 2009

Tudo desaparecia quando voava


Em frente à casa dos meus avós existia um pinhal onde eu gostava de brincar e como fui a primeira neta dos meus avós e assim me mantive por algum tempo, para além de ter sido filha única até aos 6 anos de idade, aprendi a brincar só, inventando personagens para as histórias que construía.


Uma das minhas brincadeiras preferidas era balouçar-me num baloiço improvisado nos pinheiros e para isso utilizava uma corda grossa que o meu avô usava para amarrar o carro dos bois. Com cada ponta da corda dava umas voltas ao tronco do pinheiro terminando em nó apertado para que aguentasse com o meu peso quando me balançasse, de seguida colocava uma manta dobrada na corda para que quando me sentasse não me magoasse nas pernas e pudesse permanecer sentada o maior tempo possível. Com cada uma das mãos segurava a corda que suspendia de cada pinheiro, apoiava as minhas nádegas na manta devidamente equilibrada na corda, dava lanço com as pernas e deixava o meu corpo esticado atirar-se no espaço ficando a oscilar na corda com os olhos cerrados sentia-me a voar ouvindo unicamente o ranger do pinho e o chilrear dos pássaros, a brisa percorria o meu corpo e movia os meus cabelos, tudo o que me rodeava desaparecia e assim me quedava até que novo lanço de pernas se fazia necessário.

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